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Parte 3: Cerrado e o Aquecimento Global


O que está sendo feito para amenizar as causas do aquecimento global no Estado de Goiás?

Funcionário do Corpo de Bombeiro de Brasilia, combatendo um incêndio no Cerrado
De: Danilo Bueno

            Vários acontecimentos presentes em nosso ecossistema têm sido observados e estudados em relação ao comportamento do Cerrado tendo como fator principal: o agravamento causado pelas conseqüências do aquecimento global e a própria destruição de sua biodiversidade.
Isso tem comovido toda a população do Estado, tendo como meta o aumento do conhecimento ambiental por meio de palestra, reuniões, projetos e multimídia, para que dessa forma as autoridades e empresários tomem consciência da importância do nosso bioma e procurem alternativas voltadas ao mesmo para mantê - lo preservado e conversado.
            Em 2007 a primeira iniciativa foi tomada por meio de empresários e microempresários, quando se reuniram na Federação das Indústrias de Goiás, para ter conhecimento de como reduzir a poluição de suas fabricas e até pode aumentar o lucro ao investir em projetos ambientais que visam o fortalecendo do nosso Cerrado.
            Com isso várias empresas estão colocando em pratica um projeto de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). É um dos mecanismos de flexibilização criados pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) ou de captura de carbono (ou seqüestro de carbono) por parte dos países desenvolvidos, como por exemplo, a Holanda.
O Estado de Goiás foi o primeiro a começar o projeto, de acordo com os estudos feitos na CNI (Confederação Nacional das Indústrias) por tem uma capacidade considerável de setores industriais, conterem potenciais e oportunidades de desenvolver projetos com este.
Na região do município de Ipameri, Goiás, a Brasil Verde Agroindústrias dedica 19,5 mil hectares ao reflorestamento. São 14 mil hectares de florestas de eucalipto de plantio próprio, 4,7 mil de reservas naturais, e o restante constituído por pastagens e infra-estrutura, com destaque para o viveiro que produz 4 milhões de mudas/ano, suficientes para formar 2 mil hectares de florestas. Também merece destaque, pela sua importância ecológica, um projeto voltado para o desenvolvimento e aclimatação de novas variedades arbóreas e arbustivas adaptadas ao cerrado e ao manejo da vegetação nativa, em parceria com a Agência Ambiental do Estado de Goiás. Esse tipo de eucalipto, adaptado ao cerrado goiano, pode ser cortado em apenas 3 anos.
Dessa forma, outro projeto ganha espaço aqui no Estado, é o chamado de Crédito de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos para um agente que reduziu a sua emissão de gases do efeito estufa (GEE).  Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão de outros gases, igualmente geradores do efeito estufa, também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando-se o conceito de Carbono Equivalente.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) vem estudando há algum tempo um dos principais temas que envolvem toda a questão entre o meio ambiente e o produtor rural: seria possível diminuir o impacto ambiental na produção agrícola sem que isso interfira na produtividade? Segundo a Embrapa, o plantio alternativo seria uma alternativa viável para resolver uma parte dessa questão. Os hastes (restos de vegetais) que ficam sobre a superfície, mantém a umidade do solo, fortalece o lençol freático e ameniza a poluição, preservando o carbono e evitando sua ida para a atmosfera em forma de CO2. Lembrando: hoje menos de 20% dos agricultores ou produtores rurais trabalha com essa técnica de plantio direto.
Para os ambientalistas no caso do Cerrado Brasileiro é preciso ir além. Neste caso a condição seria a recuperação das matas ciliares de todo o Estado. Cerca de 65% delas estão completamente destruídas ou extintas. Para eles, deveria acrescentar 24 mil quilômetros de vegetação riparia em torno de todas as drenagens, tendo com isso um aumento ao Estado de 6,5% no número de matas ciliares.
Colocar um projeto importante como este em pratica é preciso e muito inovar em políticas ambientais. As leis ultrapassadas e muito antigas comprometem o andamento de qualquer ação que busca o melhoramento da qualidade ambiental no Estado e até o serviço de fiscalização. Como todo o conhecimento existente em relação à preservação, evolução e as tendências em torno das agressões ambientais têm deixado as leis, resoluções, decretos e deliberações inutilizáveis, para que hoje possa ser aplicadas em qualquer questão jurídica em favor do bioma Cerrado.
Os conflitos entre as políticas ambientais e econômicas têm comprometidos os principais projetos de preservação no Estado. Em Goiás, o projeto de desmatamento foi abandonado por dois ex – secretários estaduais de meio ambiente que nada fez para dar continuidade ao mesmo. Também quase entregue a gaveta de arquivamento o Projeto do ICMS Ecológico foi aprovado em Goiás somente no dia 30 de Junho de 2007, quando o primeiro foi aprovado no Estado do Paraná em 1991 com alteração no de 1993. Portanto, 16 anos depois! Isso mesmo...
Pequenas ações sobre como amenizar os impactos de uma futura ameaça estão sendo tomadas no Estado. Sobretudo num ritmo de lentidão - case parando – portanto as melhores propostas são as que mais dependem de um alto nível de investimento, e vão sendo deixadas de lado, com isso os efeitos poderão ser cada vez maiores se essas propostas não forem levadas a serio pelas autoridades competentes do Estado.
Esperamos que tudo possa ir além das discussões, debates e do jogo de interesses. Que os atos e a força de vontade, sejam mais concretos que o blá blá blá, pois à hora de fazer é agora, e não aqui alguns anos.
Enquanto isso, o Cerrado vai pedindo socorro. Um socorro silencioso e que só vamos serem capazes de ouvir, quando simplesmente fomos prejudicados ou danificados com as suas conseqüências.


Grupo de Estudantes que foram a Capital Federal protestar contra o desmatamento no Cerrado

Um socorro, aonde suas características puras, ricas e naturais vai-se transformando em carvão, pastagens e lavouras.



Bibliografia:

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